Imagem obtida aqui
Roy Edward Disney
Neto de Walt Disney, criador da animação
O encontro de Dali e Disney. Os anos 40 foram tempos difíceis na Catalunha! Salvador Dali e Gala, sua mulher, resolveram deixar Empordà e se mudaram para os Estados Unidos. Na América do Norte, nasce a idéia de mesclarem a maestria e genialidade de Dali à tecnologia dos estúdios Disney, criando a animação “Destino”.
Salvador Dali, Walt Disney, Gala, Lillian Bounds,
esposas de Dali e Disney, respectivamente
O contrato, de dois meses, firmado em jan./1946, permite a Dali completa dedicação ao projeto, realizando-o na Disney Studios Burbank (Califórnia). No processo, contou com a participação de dois funcionários dos estúdios, John Hench e Cormack Bob.
Dali trabalhando na Disney Studios Burbank
Dali observa uma das criações para o filme
A idéia inicial era combinar diversos curtas, mas, em 1946, o trabalho ainda não estava concluído e, com o advento da Segunda Guerra Mundial, faltou orçamento para seu término. Foi só em 2003, portanto, que Roy Disney aceitou o desafio e concluiu o projeto.
Destino é uma história de amor, baseada na música mexicana de mesmo título, de Armando Dominguez, na qual uma bailarina e um jogador de beisebol*, são conduzidos por vários incidentes. A animação enfatiza a importância do tempo em nossa espera pela ação do destino
*(representando o deus mitológico Cronos – aquele que devora os seus)
A obra de Dali para animação é típica de sua iconografia pessoal: imagens duplas, objetos que se transmudam em novos objetos, o surrealismo tomando forma a cada passagem. Ao mesmo tempo, mesmo que muito sutilmente, percebemos detalhes do mundo de sonhos da Disney, como a “chuva de bailarinas”. É incrível!, ver o elitismo de Dali se mesclando à linguagem de massa dos estúdios Disney, gerando esta obra prima.
Salvador Dali e Walt Disney
Letra de Destino, música de Armando Dominguez, trilha sonora da animação. Alguns comentam que a letra destoa da animação, mas, cá entre nós, dá para ser mais surreal que isto?
"Leia na palma da minha mão /a linha de minha propriedade e minhas tristezas, / e nunca, nunca me disse / Meu destino do amor.
Ay! Vida / Ay! Por que o destino negro, / quão difícil caminho / e eu tenho que ir.
Destino, / se soubesse como esquecer, / Por favor, volte para adorar, / Eu não posso esquecer.
Caro i / soube-me a roubar, / cruel destino, / punhal mortal.
Destino, / volte ao meu lado, / Eu chorei porque ambos /por esse amor ingrato."
Esboços de Dali
A animação. São 6:47 minutos, mas vale à pena se perder neste mundo maravilhosamente encantado de dois gênios do século XX.
Imagens da animação
Veja também
Terminando, deixo uma frase que ouvi hoje em um vídeo da Lou Borghetti: "Tem um pouco de beleza esse passar do tempo", falando sobre sua exposição "A Ferro e Flor" (Rua Paulino Teixeira, 35 - Rio Branco/Porto alegre)
Fonte: http://mol-tagge.blogspot.com/2010_11_01_archive.html
ABBÇos com a delicadeza de uma “chuva de bailarinas”
MarGGa Duval
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