terça-feira, 15 de março de 2011

O que é arte?


QUAL foi o cenário mais bonito que você já viu? Um pôr-do-sol tropical, montanhas cobertas de neve, flores num deserto, as cores majestosas duma floresta no outono?
A maioria de nós recorda com carinho algum momento especial em que se sentiu cativado pela beleza da Terra. Quando possível, gostamos de passar férias em lugares de cenário paradísico, e procuramos fotografar ou filmar as vistas mais inesquecíveis.
Na próxima vez que contemplar esse esplendor imaculado, talvez queira considerar: não acha que estaria faltando algo numa galeria de arte se todos os quadros estivessem identificados como “anônimo”? Se ficasse extasiado com a qualidade e a beleza dos quadros numa exposição, não gostaria de saber quem foi o artista? Deveríamos nos contentar em admirar as belas maravilhas da Terra mas ignorar o Artista que as criou?
Há quem afirme que não existe arte na natureza — que arte exige criatividade e interpretação humana. Mas essa definição de arte pode ser estreita demais. Exatamente o que é arte?

A definição de arte
Definir arte de modo a satisfazer a todos é provavelmente impossível. Mas há uma definição bastante boa no Webster’s Ninth New Collegiate Dictionary, como segue: “Uso consciente da habilidade e imaginação criativa, esp[ecialmente] na produção de objetos estéticos.” Nessa base, pode-se dizer que o artista precisa tanto de habilidade como de imaginação criativa. Colocando essas duas aptidões a funcionar, ele pode produzir algo que os outros considerem prazeroso ou atraente.
Restringem-se as expressões de habilidade e imaginação às obras de arte humanas? Ou manifestam-se elas também no mundo natural que nos cerca?
As soberbas sequóias da Califórnia, os vastos recifes de coral do Pacífico, as poderosas cachoeiras das florestas tropicais e as majestosas manadas nas savanas africanas, são, de diferentes maneiras, mais valiosas para a humanidade do que a “Mona Lisa”. Por essa razão, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) designou o Parque Nacional Redwood, EUA; as Cataratas do Iguaçu, Argentina/Brasil; a Grande Barreira, Austrália, e o Parque Nacional Serengeti, Tanzânia, como parte do “Patrimônio do Mundo” da humanidade.
Esses tesouros naturais são incluídos junto com monumentos feitos pelo homem. Por quê? O objetivo é preservar o que quer que tenha “excepcional valor universal”. A UNESCO argumenta que, seja a beleza do Taj Mahal, Índia, ou a do Grand Canyon, EUA, elas merecem proteção por causa das gerações futuras.
Mas não é preciso viajar a um parque nacional para ver de perto a habilidade criativa. Um exemplo superlativo é o seu próprio corpo. Os escultores da Grécia antiga viam na forma humana o epítome da excelência artística, e eles labutaram para retratá-lo o mais perfeitamente possível. Com o nosso atual conhecimento dos mecanismos do corpo, podemos avaliar ainda melhor a suprema habilidade exigida para a sua criação e projeto.
Que dizer da imaginação criativa? Considere os magníficos tons e desenhos no leque de penas do pavão, o delicado desabrochar de uma rosa ou o veloz balé de um reluzente beija-flor. Tais toques artísticos sem dúvida eram arte, mesmo antes de serem captados em telas ou em filmes. Certo redator da National Geographic, intrigado com os filamentos da cor de lavanda de certo tipo de lírio, perguntou a um jovem cientista qual era o objetivo daquilo. A sua resposta singela foi: “Eles revelam a capacidade imaginativa de Deus.”
A habilidade e a imaginação criativa não só são abundantes no mundo natural, mas têm sido uma fonte constante de inspiração para artistas humanos. Auguste Rodin, o famoso escultor francês, disse: “O artista é o confidente da natureza. As flores dialogam com ele através da graciosa curvatura de suas hastes e da harmoniosa coloração de seu florido.”
Alguns artistas reconhecem abertamente as suas limitações quando tentam emular com a beleza natural. “A verdadeira obra de arte nada mais é do que a sombra da perfeição divina”, admitiu Miguel Ângelo, tido como um dos maiores artistas de todos os tempos.
Cientistas e artistas talvez se assombrem com a beleza do mundo natural. Um professor de Física Matemática, Paul Davies, em seu livro The Mind of God (A Mente de Deus), explica que “até mesmo ateus empedernidos muitas vezes têm o que se chama de senso de reverência pela natureza, um fascínio e respeito pela sua profundidade, beleza e sutileza, respeito este comparável à reverência religiosa”. O que isso nos deve ensinar?


O artista por trás das artes
O estudante de arte aprende a respeito do artista a fim de entender e apreciar a sua arte. Ele sabe que a obra do artista é um reflexo do indivíduo. A arte da natureza também reflete a personalidade do originador da natureza, o Deus Todo-Poderoso. “As suas qualidades invisíveis são claramente vistas . . . por meio das coisas feitas”, explicou o apóstolo Paulo. (Romanos 1:20) E, além do mais, o Criador da Terra de modo algum é anônimo. Como Paulo disse a filósofos atenienses de seus dias, ‘Deus não está longe de cada um de nós’. — Atos 17,27.
As obras de arte na criação de Deus não são sem objetivo ou fortuitas. Além de enriquecer a nossa vida, elas revelam as habilidades, a imaginação e a grandeza do maior Artista, o Projetista Universal, Deus.

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